Aqui serão narrados fatos verdadeiros ou não. Contos ou fatos. Poesias ou Frases. Serão minhas ou suas. O que importa é contar algo. Se expressar da melhor maneira que for possível.
sexta-feira, 16 de agosto de 2024
Da janela
quinta-feira, 15 de agosto de 2024
Liberdade
Ontem foi o dia da liberdade, da porteira aberta, de novos rumos a tomar. Ontem assinei meu divórcio.
Mas liberdade é uma palavra que tem vários significados. Há quem a deseje por estar preso entre quatro paredes onde o sol não chega.
Há quem a veja como forma de fugir de algo que não deseja ou que não é permitido fazer. A rua é um atrativo sem além.
Um adolescente, outrora, a via como a forma de um casamento. Que decepção, outra ilusão. As chaves das algemas não te pertencem.
Outro acreditava que morar sozinho seria a solução. Mas as obrigações impostas o aprisionam de outras maneiras não esperadas.
E assim, eu discorreria sobre o que é liberdade sem ter fim. A minha "Liberdade" veio da decisão de um casamento finalizar.
Ao longo de 43 anos, me permiti manter meu sonho: ter uma família. Disto nunca me arrependo. Cada ser lindo que nasceu deu razão ao meu viver. Agora, tenho liberdade.
Liberdade para viver sem precisar brigar o tempo todo; sem necessitar ser o que não sou.
Liberdade até para amar os meus filhos, a quem, em muitos momentos, me privei de dar amor.
Liberdade para fazer as minhas escolhas sem o medo da reprovação.
Liberdade para fazer o que eu gosto. Pois não é que descobri que já não sei quais são os meus gostos?
Liberdade para viver um grande amor, sem precisar lutar anos por isso.
Liberdade para escrever sem o receio de magoar; pois a escrita liberta a alma.
Enfim, liberdade para soltar as amarras que eu permiti existirem e ser o que sou: livre!
domingo, 11 de agosto de 2024
Casulo
Nasceu bem bonita, cabelos loiros, rosto redondo com um olhar que se faz notar.
Assim vi uma larva sair de sua casinha, pequenina de dar gosto, mas faminta por natureza.
Já Alice, que beleza, crescia que nem menino. De boneca nunca brincou, mas se visse um carrinho, corria para brincar.
A larva, que tudo comia, um dia parou para esperar que sua natureza se fizesse e numa crisálida ficou.
Alice gostava de tudo, moleca que nem ela. Duro páreo para os esportes: basquete, futebol e até luta ela se dedicou. Mas sentia algo estranho, seus hormônios em confusão.
O casulo se abriu e uma linda borboleta surgiu, pois não foi que ela voou! Suas asas coloridas encantavam de flor em flor.
E Alice, assim, se viu, e de menino logo virou. Já não se via tal moleca, pois como moleque se tornou.
Hoje se entende o que a natureza mudou. Já não havia o casulo no qual ela estava. Agora podia voar e para todos podia falar: Sou o Lucas, por favor!
E com suas asas pôde mostrar que nada era igual, pois como a borboleta, sua natureza se mostrou.
sexta-feira, 9 de agosto de 2024
Tua boca
pois dela não faz sentido outra coisa escutar.
Da tua boca quero sentir o beijo com ardor,
e nada mais ouvir, senão o splash do amor.
Da tua boca quero provar teu hálito quente e molhado,
como um beijo demorado, tal qual um sorvete a saborear.
Da tua boca quero ver teus lábios, vermelhos como uma flor;
teu sorriso mais bonito, que me encanta com fervor.
Só não quero da tua boca ouvir que tudo acabou,
pois já não imagino minha vida sem o teu amor.
Obrigada, Senhor
Hoje, na missa, compareci e agradeci por você existir em minha vida. Foi mais ou menos assim: "Obrigada, meu Deus, por me mostrar que o amor existe de uma forma que eu nunca tinha experimentado."
Lembro bem que pedi a Ti para que um dia eu soubesse o que é o amor. Pedi que mostrasses alguém que valorizasse este sentimento, que fosse sensível, que prezasse pela família, e que me amasse e eu a amasse.
Mas o tempo passou e você não veio; até me conformei. Pensei: "Não deve existir ninguém desse formato. Que chato."
O tempo trouxe uma grande surpresa. Foi quando te vi. Jamais imaginei que você fosse o meu nobre pedido. Quase deixei você seguir, mas, ao refletir, decidi: "Não! Não vou deixar o amor escapar mais uma vez."
Um grande passo foi dado até eu chegar aqui, e hoje sei com certeza que minha oração foi ouvida.
Enquanto você acreditava que eu estava te salvando, mal sabia que quem estava sendo salva era eu!
O silêncio
No silêncio do meu quarto, ouço sons à distância, de diversos modos que aqui quero relatar. Carros passam e sussurros que não reconheço me lembram o sussurro do ar, que para uns causa medo, para outros é puro deleite.
A brisa forte do mar, daqui consigo sentir, e me traz uma saudade de você, meu bem-querer. Mas que pena que não consigo ficar com você aqui, e o silêncio me faz lembrar que bem longe você está.
Algumas vezes, percebo pessoas comemorando. Quem sabe seja por causa dos jogos à beira-mar, que atraem muitos para brincar de voleibol, frescobol ou apenas caminhar.
Ouço uma moto passar e sinto um medo: será que é alguém de bem?
Detecto tábuas batendo, que me lembram grandes construções de prédios a crescer, arranha-céus que ganham forma.
Como podes perceber, o silêncio faz barulhos; só não ouço, que decepção, a tua voz a me dizer: "Bom dia, meu amor! Acorda para viver lindas histórias do nosso amor que juntos vamos construir."
quarta-feira, 7 de agosto de 2024
Sonho
Sonho é algo estranho; nele somos vários personagens. Dizem que são desejos escondidos, medos não revelados ou algo não compreendido.
Assim são meus sonhos, onde ora sou menina, noutra sou mulher. Quando não, sou uma bruxa feia, com nariz grande e pontudo, e, no mesmo instante, me transformo em uma fada que, com sua varinha de condão, faz a magia acontecer e transforma toda a minha vida.
Outro dia, fui guerreira numa briga que não queria revelar todos os segredos de uma guerra secular. Combati meus medos e receios, sem deixar nada me abater.
Noutro, fui mãe que protegia seus filhos amados de um pai que não queria ser pai, mas os amava de um jeito singular; porém a mim não enxergava, havia todo um mistério.
Agora sou mulher, e muito apaixonada por um homem bem maduro, que me ama loucamente. Deste sonho, não quero acordar.
sábado, 3 de agosto de 2024
Quando te vejo
Sentir tua mão deslizar pelos caminhos ondulados do meu corpo, como se fossem as curvas de uma estrada que nos leva a correr freneticamente e parar só quando o combustível acabar.
Enquanto o combustível não acaba, beijar tua boca e explorar tua língua como os segredos de uma riqueza que só nós conhecemos.
Me agarrar aos teus abraços, como o fundir de uma solda que nem o tempo será capaz de soltar.
Quando te vejo, sinto que o tempo é precioso, como um filme a rodar, gravado em nossa memória, com cada momento vivido até aqui.
Quando te vejo, só quero estar contigo, após cada passo dado, para que, lado a lado, possamos sempre olhar para o "agora" e pensar no "presente", fazendo-nos ausentes de todo e qualquer desentendimento.
Quando te vejo...
sexta-feira, 2 de agosto de 2024
Medo
Assim são meus dias longe de você, marcados por um certo medo. Medo de que você me esqueça ou desapareça. Eu te ligo com frequência, não para te controlar, mas para me sentir mais próximo de você.
Que minha presença se faça sentir, mesmo estando distante, tal qual o espelho que reflete nossa imagem, mas que não conseguimos tocar.
Que minha voz preencha teus ouvidos com palavras que você nunca deixará de ouvir, como os sussurros ditos pelos amantes apaixonados.
Que minhas mãos segurem bem o celular ao falar contigo, já que é através dele que posso estar perto de você.
Que os "bons dias" e "boas noites" sejam escrito
s diariamente, para registrar o quanto penso em você.
Que nossas conversas sejam constantes, para que essa distância não seja perceptível.
Assim, meu medo se dissipa como o céu em fúria que, agora calmo, vê as nuvens escuras serem levadas pelo vento forte, afastando toda e qualquer incerteza.
quinta-feira, 1 de agosto de 2024
Não me deixe morrer
Uma espera sem respostas não é possível. Então, ao tempo, pergunto: o que posso fazer para saber?
Saber se vamos juntinhos ficar, assim, como os brotos que nascem lado a lado e por todos os galhos enfeitam uma roseira. Quero você comigo sem viajar.
Roubar a beleza de contigo ficar, passear de mãos dadas à beira-mar, sorriso nos lábios vendo a beleza do mar, olhar lado a lado, querendo só nos fitar. Furtar a brisa que acaricia os corpos e, num sopro bem forte, me faz colar em você e um beijo roubar, e mais um, e mais um.
Mas o tempo vai passando sem me responder e tudo que desejo é que um dia sejamos um só. Tudo que ao tempo peço é que passe correndo, só não me deixe morrer.
quarta-feira, 31 de julho de 2024
Minha primogênita
Com seus olhos grandes e brilhantes, você me olhou,
Cabelos pretos, rosto longo, mãos tão pequeninas que cabem muitas vezes na minha.
Assim, me conquistou, minha primogênita.
Que alegria ser vovó! De Bonita te chamamos, pois era ímpar tal beleza,
Da garganta um nó só, minha pepita.
Hoje, tão falante, me lembra você pequena, sempre tão questionadora.
Agora vejo que nada mudou, apenas se aperfeiçoou na herança herdada de seu pai, meu filho amado.
Nossas conversas me encantam, mostram sua beleza, que vai além da física e transcende a tua alma.
Olhos castanhos claros, cabelos cacheados, me lembram os meus,
Cabelos que revelam sua personalidade forte e determinada, igual à vó. Obrigada, Deus!
Sua juventude tão questionadora, assim fui também, junto aos meus.
Espero que nunca esqueças nossas conversas,
que nem sempre foram contínuas, mas que estão guardadas em meu coração.
Vai, minha neta, conhecer teu destino que você me mostrou,
Destino bem planejado, que começa agora, quando vais viajar.
Voe livremente, tenha o zelo contigo. Sonhe sempre que assim o desejar.
Acredite que tudo é possível e que só depende de você fazer acontecer.
sábado, 27 de julho de 2024
Libertação
Escrever liberta, e eu preciso me libertar. Nem tudo pode ser dito, mas com afinco faço minha alma falar. Falar o que sufoca no peito, o que por anos foi guardado. Por isso, quero me curar.
Minha alma está aflita pelo perdão, o perdão de si mesma. Chora lágrimas invisíveis, que só ela pode perceber. Dores sufocadas pelo desejo maior que não devo revelar aqui, mas que minha alma conhece bem.
Minha alma percebe a criança que errou, que fez o que podia, mas ainda assim não conseguiu ser livre e vibrante como os pássaros que voam em um céu azul de cores vibrantes, com o sol cujos raios atravessam o seu ser.
Agora, já madura, busca entender o porquê e se perdoar. É uma dor que não é física, mas intensa e verdadeira. Poucos conhecem essa dor, e já não há motivo para se revelar.
Assim, essa alma continua a se perguntar como poderia ter agido sendo apenas uma criança. Hoje, busca o auto-perdão e sabe: Não, eu não sabia!
Lua, vida minha!
Lua, vida minha! Como eu gostaria de te iluminar para que você ficasse ainda mais bonita do que com meus raios solares! Que meu céu azul claro se fundisse com teu céu azul escuro e criasse uma nova cor, assim como as cores primárias, que ao se unirem formam outras cores, dando mais beleza à natureza.
Com esperteza, tento te tocar, mas meus braços são curtos, como um pavio, então passo o dia te procurando. Que tristeza! Quando te encontro, você chega e eu já vou embora!
Então começa a noite com seu brilho azul escuro que me encanta, mas quando me aproximo, você vai embora. A dor fica no peito. O que posso fazer se você é como um amor platônico, cuja beleza está em nunca se realizar?
Olha, que destino! Eu te amo e não posso contigo ficar.
Outro dia, você chegou bem próximo de mim, mas o dia escureceu; foi só por alguns minutos, o tempo necessário para sentir teu amor; e... você se foi.
Assim são nossos momentos: sempre separados.
Vai, lua, ser a inspiração para os poetas, encantar os amantes com suas cantigas e consolar os apaixonados da madrugada. Vai pelas águas, deixando seu rastro de luz. Vai me deixando cada vez mais apaixonado. Você é minha razão de viver.