O que importa mais: a notícia sensacionalista ou a verdade nua e crua? E como lidar com ela?
A notícia é, em sua essência, o relato de um fato, com mais ou menos relevância para quem a recebe. Contudo, nas mídias digitais, as notícias sensacionalistas ganham uma repercussão astronômica e podem desencadear uma série de consequências. Lembro-me dos primeiros relatos de "arrastão" nas praias do Rio de Janeiro e da forma como esse episódio repercutiu por todo o Brasil. Rapidamente, o fenômeno se espalhou para outros estados. Isso nos leva a uma reflexão: o que é mais importante, a notícia ou a verdade?
A notícia pode envolver pessoas e emoções. Algumas mais fortes, como a de um assassinato (um fato real), outras mais leves, como a receita de um prato (também uma verdade). No entanto, quando um crime ganha contornos detalhados, como o relato minucioso sobre como os criminosos planejaram e executaram o assassinato (um claro exemplo de sensacionalismo), o efeito colateral é perigoso: pode ensinar a outros, de maneira indireta, como cometer o mesmo ato.
Embora as notícias possam ter um contexto especulativo, geralmente são baseadas em eventos reais e podem transmitir mensagens importantes. Porém, até que ponto devemos divulgar essas histórias? Quem decide o que é publicado pensa no impacto social dessas revelações? Consideramos o efeito que essas notícias terão no futuro?
Nos noticiários, a busca pela notícia impactante e fantástica é constante, muitas vezes com foco na violência urbana. O objetivo parece ser gerar comoção e revolta, mas o que nos deixa é uma sensação de impotência. Frequentemente, essas reportagens revelam detalhes de uma história que não deveriam ser divulgados, expondo segredos que deveriam continuar ocultos.
O desejo de ser o primeiro a dar a "grande notícia" muitas vezes se sobrepõe aos valores sociais e à ética jornalística.
É urgente repensar a forma como as notícias são apresentadas. Os valores éticos devem ser priorizados acima do sensacionalismo que domina as mídias atualmente. O que você escolhe para se informar tem um papel fundamental na mudança desse cenário. Chegou o momento de repensarmos a ética jornalística e o papel das mídias na sociedade. Não podemos mais permitir que o apelo pelo sensacionalismo continue a distorcer nossa percepção da realidade. O valor da verdade precisa ser restabelecido. Cabe a todos nós, como leitores e cidadãos, exigir um jornalismo mais responsável, que coloque os valores éticos acima da busca incessante por audiência e escândalos. A verdadeira mudança começa na forma como escolhemos consumir e lidar com as notícias.
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