terça-feira, 30 de abril de 2024

Teu olhar

Não paro de pensar: por onde anda seu olhar?

Que mais buscar além de mim?

Que nem querubim se viu flechado!

Não acho que estou errada.

Não falo sem muito apreço, visto que careço do azo que me pareço.

Pare aqui, logo, não vou partir.

Não precisa se preocupar, pois meu lugar já vou ocupar.

Dele não vou sair, pois nele só quero seguir.

Igual ao leme que navega no teu coração.

Quero içar minha aurora!

Não paro de te olhar. Seus olhos me devoram com devoção.

São como bilas pretas a me fitar. Mas não há 12 bilas, e sim duas com um ar de agrado.


Me lembram a noite, a brilhar num céu cheio de estrelas.

Muitas vezes me fitam com tanta paixão que me sinto abraçada, sem braços a me apertar.

Noutros me olham em comoção, e sempre me acompanham por onde penso chegar.

Se não gosta, o olhar já muda para uma doce censura, poucas vezes um zangado olhar.

Mas se o desejo bater, este se acende como carvão em brasa, e me faz acender as asas da imaginação.

De olhos a fitar, passam a me devorar.


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