sábado, 25 de janeiro de 2025

Brincar na chuva


Com a chuva, o tempo fica cinza e uma sensação saudosa se aloja no meu coração. Sinto o vento frio resfriando meu corpo, levando-me a lembranças da infância, quando se podia caminhar sozinho sem medos e não havia celular para impedir as brincadeiras nas ruas com as amigas da vizinhança.

Correr na chuva, chutar as águas que descem rua abaixo ou que se acumulam nas beiras das calçadas, brincar com as gotas d'água caindo nos rostos risonhos. Ah! Buscar uma bica para pular embaixo e depois sair correndo sem destino, para se aquecer, já com a boca roxa, tremendo como fio na ventania.

Imagino a meninada correndo, pulando, saltando de bica em bica, e eu, entre elas, toda molhada, feliz por ser livre, por ser criança outra vez.

Com a brisa se instalando em minhas narinas, o chão frio me convidando para dormir um pouquinho e o vento frio me embalando, entro em um sono e me lembro: hoje quero brincar de morrer, mas morrer de amor por você, meu amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário