domingo, 15 de junho de 2025

Quem me dera...



Quem me dera poder mudar,
Aquilo que causei,
Mesmo sem o desejar.

Quem me dera,
Mudar o pedido que me fez,
Que não pude atender.

Quem me dera
Não ver mais em teus olhos
A tristeza que causei,
Quando tudo que quis
Era me fazer entender.

Quem me dera
Poder diminuir a dor
Que vi em seu triste olhar,
Pois não foi esse o meu pensar.

Saiba, meu amor,
Que, dentre as promessas feitas,
Faltou uma: – nunca mais vou te magoar.



Hárpia



Hárpia, grande e imperosa,
Voa no alto do céu,
Com seu olhar aguçado de caçadora,
Na busca impiedosa
De uma presa.

Assim, te vi a me olhar;
Como presa, não consegui escapar.

Teu porte absoluto
Foi símbolo de coragem e braveza
Nos escudos dos senhores da guerra.
Como não te admirar e amar,
Meu nobre senhor?

Me pegaste com suas garras,
Me levaste até o céu, para de lá
Sentir o gosto do teu calor,
Sem receio de cair,
Já que com tuas forças
Me levas para onde o amor vai.

Me vi presa no alto de tua morada,
A admirar a imponência do lugar.
Medo jamais senti,
Pois me cobrias com tuas asas
E me alimentavas com teu calor.

Saiba, Hárpia querida,
Tua beleza me embriaga
Nas caladas da noite.
Sinto como se o céu
Fosse nossa eterna morada e,
De lá, só saio contigo a voar.

Assim és tu, meu amor!
Quem me faz mais feliz todo dia,
No aconchego do nosso ninho,
No abraço que me alça às alturas,
Onde amar é o próprio céu.

P.S.: Te amo.

Autora: Darlene Maciel















domingo, 8 de junho de 2025

A noiva



Tão linda de véu e grinalda,
Parada à porta da igreja,
Começa a dar passos,
Leves e suaves,
Em direção ao ser amado.

Ao passar, se podia ver sua grinalda,
Tão longa que parecia
Cachoeira a jorrar água-benta
Em todos que ali estavam.

O vestido branco a deixava parecida
Com uma princesa de contos de fada —
Singela e pura.

Olhar-lá me encheu de orgulho.
Lágrimas saíram dos meus olhos,
Apreciando a imagem imaculada da noiva,
Que passava a desfilar com tanta formosura.

Ali, no altar, estava a realização de um sonho e desejo:
Vê-la de véu e grinalda
A entrar na igreja
Ao som da Ave Maria.

A música toca suave,
E ela, a caminhar com o buquê em suas mãos,
Deixava um doce perfume de jasmim
A quem todos agradavam.

Pétalas de rosas vermelhas
Iam sendo jogadas
Como chuvas de bênção,
E todos a admiravam
Por beleza sem igual.
Quanta alegria
A todos embalava.


No altar, os noivos se encontraram,
E seus olhos se fitaram.
Com delicadeza,
Suas mãos se juntaram
Em juras de amor,
Com promessas
Que a todos encantavam.

De menina a mulher,
Nada mais lindo que o sonho realizado —
Onde o que se espera é um:
Foram felizes para sempre!

Que a bênção de Deus guarde
No coração dos presentes
Que o amor a todos encanta —
E sem ele,
Não existe felicidade.


Felicidades aos noivos!
Em especial à noiva,
Símbolo de luz,
Ternura
E beleza.

terça-feira, 6 de maio de 2025

A louca que habita em mim


A louca que habita em mim é doidivana,
chega sem ser convidada,
sem razão para existir.

Sai, sai de mim!
Sai pela porta ou pela janela,
pula no ar da tua loucura
e esquece de mim,
pois aqui não é tua morada.

Teus olhos molhados
não justificam tua lua cheia,
que traz medo e insegurança
aos mistérios da meia-noite.

Com o peito inchado de ódio, raiva,
cruzas o céu
na tua caravana insana da desordem
e não olhas mais para trás.

Vai veloz, para bem longe de mim,
a gritar bem alto:
"o mundo não te merece,
o céu te cega
e o sol te queima a alma".

Como um raio,
cujas faíscas se veem,
lança teu rancor contra a terra
para nela morrer
e dela nunca mais sair.

Quem és tu?
Ingrata loucura!
Que me deixa pasma,
sem crer que tanto ódio é possível.

Respiro profundo
para tudo entender,
silencio minha mente,
calo minha boca
e, de ti, quero distância.

Não te sigo mais,
não te quero aqui.
Tudo que quero é paz.

Sai zunindo,
sem saber o que quer,
queima tuas dores,
sara tuas feridas,
mas deixa que a noite vire dia,
o sol nasça
e tudo floresça
em felicidade,
amor
e paz.


Autora: Darlene Maciel

De que adianta morar na praia



De que adianta morar na praia
E não aproveitar o Sol que raia?
Ficando apenas a olhar
O mar que nos convida
Para em suas águas nadar.

Vamos colocar os biquínis,
Muito bronzeador —
Pois este não pode faltar.

Rumar para a praia,
Cruzar suas areias,
Brancas e soltas a bailar,
Levadas pelo vento,
Igual a pipa no ar.

Buscar quem pode das roupas cuidar,
Para nas águas do mar mergulhar.

Correr para a espuma do mar,
Na busca da melhor onda,
Como faz o surfista nas ondas do mar.

Nem tenha medo —
A correnteza é só a onda a se formar.

Nesta hora, você pode:
Mergulhar ou deslizar pelas ondas
Até a beira-mar.

Cuidado com o surfista —
Ele vem veloz numa onda seguinte.

Mergulha para não bater,
E olha com raiva para ele...
Depois começa a sorrir.
Ele também quer se divertir.

Tem criança a chorar com medo do mar —
Nem sabe ela que, em breve,
Do mar não vai querer sair.

Tem pais e mães a brincar com seus filhos,
Num vai e vem das ondas,
Como um barco à deriva.

Ah! Como é bom contigo estar,
Agarradinho dentro do mar!

Mas não mergulha na minha frente,
Pois vou me machucar...
Creio que você quer me dengar.

Como é gostoso te abraçar,
Beijar e mergulhar!
Por mim, dali não saia,
Já que só queremos:
Banhar, mergulhar e boiar.

Vem, amor, vamos para casa —
Pois lá vamos mergulhar, enfim,
Nas ondas da nossa história,
Igual ao mar que não tem fim.

Assim, nosso amor continua.
Quem sabe amanhã,
Novamente iremos
No mar se banhar?



Autora: Darlene Maciel


sábado, 3 de maio de 2025

Às vezes me pergunto.


Às vezes me pergunto

Sobre o quê escrever.

Olho para o papel pautado
E nada vem para descrever.
Só um vazio no olhar encurtado.

Assim, os minutos vão passando
E sigo a escrever sobre o que posso revelar.
A mente busca por palavras que possam combinar,
Mas combinar com o quê?

Num momento de vazio,
Olho para a claridade
Que me chama a atenção.

Quem sabe, sobre o Sol
Que embeleza o dia
Com seus raios a mostrar
Toda a vida que se ergue!

Posso ainda descrever
A sensação que acordar ao seu lado me deixa dengosa,
Cujo abraço não quero soltar,
Pois nele me sinto segura.

Hum! Talvez dizer
Que a vida é mais colorida
Quando juntos estamos.

Que os pássaros cantam,
Que o arco-íris se mostra no horizonte,
Criando a imaginação
De um tesouro que, no final, existe
Só na imaginação dos apaixonados,
E logo se dissipa
Para meu amor voltar a sonhar.

E me vejo, já escrevendo tudo isso,
Já que o que reina em nossas vidas é o amor —
E falar dele não há limites.

Há cores, sabores e desejos.

Autora: Darlene Maciel

domingo, 27 de abril de 2025

Eu quero tudo


Eu quero tudo

O que tenho
E o que vou conseguir no futuro,
Pois tenho o merecimento.

Quero o amor que me foi destinado,
Tal qual o nascer das flores
A cada florecer.

Quero a vida mais intensa,
Como o Sol de Verão a brilhar,
Que dá vida à ramagem,
Num verdeado de dar gosto.

Quero, todos os dias, teus beijos que me guiam,
Como a estrela de Belém que guiou
Os três reis magos
Até uma vida que nascia,
Logo ali.

Quero amar e ser amada,
Como hoje e sempre nos amaremos —
E isso vai muito além da descida.

Eu?
Eu quero tudo que nosso amor tem:
Pureza, sabedoria e ciência.
Pois te amar me dá luz,
Me mostra os caminhos,
Me leva à Vida.

Autora: Darlene Maciel


Dias de tristeza


Há dias em que a tristeza
Bate em seu coração,
Sem haver uma razão.
Algo sem leveza.

Um tal do que há?
Sem uma resposta a bravar.
Seu peito clama por respostas,
Sua boca seca, sem ar.
Mas, afinal, o que há?

Será que o sonho se tornou um pesadelo contínuo,
Que a noite te deixa sem elo?
Quanto mistério!

Um viver imaginário,
Sem muita razão,
Se torna um rio de emoção.

Nos desvaneios noturnos,
O indesejável se acredita possível,
E tudo que se deseja é acordar.
Contudo, no abrir dos olhos e fechar,
No aconchego dos lençóis a te abraçar,
O pesadelo volta, continuando o improvável.

Melhor levantar, pois sonhar é insuportável,
No perpetuar do sonho que se repete.
Já que o dia raia e a tristeza,
Sem porquê, se instala
No peito que chora num repente.

Quem sabe a música permita esquecer o sonho,
Porém, ruge uma voz triste a cantar,
E as lágrimas rolam sem parar.

Mas do sonho se deseja esquecer,
Pois em nada embeleza o dia,
Onde o melhor é sair para viver
A beleza da vida com melodia.

Autora: Darlene Maciel


domingo, 16 de fevereiro de 2025

Bateria



Quanta alegria no batuque da bateria,
Todos pararam para ouvir e dançar,
Até as crianças ficaram a bailar.

Mas não se engane, se não gosta,
Nem invente de olhar,
Pois logo vais amar a bateria
Que não para de tocar.

E a multidão, toda canta,
A vontade de sentir alegria,
Que nem reclama se o tempo avançar
E a madrugada raiar.

E nós, juntinhos, ficamos envaidecidos
De tanta harmonia,
No baile longe da monotonia.

Autora: Darlene Maciel

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

O Tempo


Quem inventou o tempo, que se conta em segundos, minutos, horas, dias, meses e anos? Fico me indagando, em puro espanto, como pode tanta imaginação! Em um momento, há um mundo a seus pés, e, de repente, há pouco tempo. Ah, o Tempo! Senhor de nossas horas. Antes jovem, hoje não mais. Ao olhar para o tempo passado, percebe-se que muito se viveu. E agora?

O que diria o jovem do passado a esta aqui, no presente? Será que ele ouviria e acreditaria que o tempo voa, que é precioso e não se pode perder tempo? Entenderia que a vida é curta? Que o belo pode ser feio aos olhos de quem vê o tempo passar?

Assim, ouço minhas dúvidas sobre o que faremos no tempo que nos resta. Somos um óvulo, um feto, uma criança, um adolescente, um adulto e, depois, um velho. Então, o tempo acaba. Agora sou uma idosa na hora em que me vejo no espelho, mas minha cabeça é adolescente neste tempo presente. Jamais serei ausente, pois, neste tempo, tudo acontece sem pressa.

Cada neto que nasce alegria me dá, pois com eles poderei brincar igual a uma criança. Assim, serão meus dias daqui em diante: sem pressa, sem dores, mas com amores presentes na minha vida prazerosa.


Autora: Darlene Maciel

Banho de praia


Vontade de ir à praia banhar,
Colocar uma saia rodada,
Pegar a bolsa de praia e no mar entrar.

Sentir o salgado da água,
Mergulhar nas ondas verdejantes,
Cheirar o aroma da maresia,
Em pura anestesia, o tempo a passar.

Como a mais bela mulher, digna de uma cena de cinema,
Saio da água, como uma estrela a brilhar,
A caminhar nas areias úmidas do mar.

Sentar à beira-mar,
Admirar toda a beleza do horizonte a se mostrar.
No silêncio profundo das ondas a se perder,
Levando doces lembranças da nossa história com o mar.

Recordar que um dia levou para longe, você, meu amor,
Mas que dissabor.
Das separações por longos dias, que só nos resta aceitar.
Dos oceanos a nos distanciar, uma outra história a lembrar.

E hoje, este mesmo mar te trouxe para me abraçar.
Agora, te vejo ao meu lado,
Tendo o mar como testemunha,
Que nunca mais “Além-mar”.

Autora: Darlene Maciel

 

sábado, 25 de janeiro de 2025

Azul


A cada dia vejo tudo azul,
como o céu com suas nuvens brancas
e leveza mil.

Lembro de Maria com seu manto azul
a subir o céu celeste, gentil.

Dizem que o mar é verde, cinza,
mas para mim é azul, como a felicidade
de nele militar.

Minha cor predileta, que lembra a alegria
do ser mulher.

Celeste por natureza, 
pura por ser princesa.
Mas que história é essa?

Assim, no azul do meu pensamento,
vejo em cada momento uma peça
que me faz sentir menina
no aconchego de seu lar anil.

No azul dos meus dias percebo
que a paz tem cor e sabor,
só não é mel, pois sua cor não é blue.

De azul em azul sigo adiante,
com um sorriso nos lábios e a certeza
de que tudo está correndo como sonhei um dia.
Meus dias em azul.

Brincar na chuva


Com a chuva, o tempo fica cinza e uma sensação saudosa se aloja no meu coração. Sinto o vento frio resfriando meu corpo, levando-me a lembranças da infância, quando se podia caminhar sozinho sem medos e não havia celular para impedir as brincadeiras nas ruas com as amigas da vizinhança.

Correr na chuva, chutar as águas que descem rua abaixo ou que se acumulam nas beiras das calçadas, brincar com as gotas d'água caindo nos rostos risonhos. Ah! Buscar uma bica para pular embaixo e depois sair correndo sem destino, para se aquecer, já com a boca roxa, tremendo como fio na ventania.

Imagino a meninada correndo, pulando, saltando de bica em bica, e eu, entre elas, toda molhada, feliz por ser livre, por ser criança outra vez.

Com a brisa se instalando em minhas narinas, o chão frio me convidando para dormir um pouquinho e o vento frio me embalando, entro em um sono e me lembro: hoje quero brincar de morrer, mas morrer de amor por você, meu amor.