A louca que habita em mim é doidivana,
chega sem ser convidada,
sem razão para existir.
Sai, sai de mim!
Sai pela porta ou pela janela,
pula no ar da tua loucura
e esquece de mim,
pois aqui não é tua morada.
Teus olhos molhados
não justificam tua lua cheia,
que traz medo e insegurança
aos mistérios da meia-noite.
Com o peito inchado de ódio, raiva,
cruzas o céu
na tua caravana insana da desordem
e não olhas mais para trás.
Vai veloz, para bem longe de mim,
a gritar bem alto:
"o mundo não te merece,
o céu te cega
e o sol te queima a alma".
Como um raio,
cujas faíscas se veem,
lança teu rancor contra a terra
para nela morrer
e dela nunca mais sair.
Quem és tu?
Ingrata loucura!
Que me deixa pasma,
sem crer que tanto ódio é possível.
Respiro profundo
para tudo entender,
silencio minha mente,
calo minha boca
e, de ti, quero distância.
Não te sigo mais,
não te quero aqui.
Tudo que quero é paz.
Sai zunindo,
sem saber o que quer,
queima tuas dores,
sara tuas feridas,
mas deixa que a noite vire dia,
o sol nasça
e tudo floresça
em felicidade,
amor
e paz.
Autora: Darlene Maciel